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PLANTAS MEDICINAIS
PLANTAS MEDICINAIS


Descrição das propriedades, compostos e indicações de algumas Plantas Medicinais que entram na composição da nossa gama de Suplementos Alimentares. Fique tambem a conhecer algumas Lendas e Histórias relacionadas com plantas e o Mundo vegetal.


Alcachofra

(Cynara scolymus sin. Cynara Cardunculus L.)

AlcachofraPlanta próxima do cardo-do-coalho, Cynara scolymus, das regiões mediterrânicas, a alcachofra é uma mera variedade não espinhosa dessa planta, que provavelmente surgiu por mutação nas culturas nos inícios do século XV. Considerada durante muito tempo uma hortaliça rara, é hoje abundantemente cultivada nas regiões atlânticas com invernos suaves. A alcachofra era já apreciada como diurético e afrodisíaco no século XVI e considerada em certos meios no século XVIII como tratamento específico da icterícia. No entanto, a sua fama terapêutica deve-se essencialmente aos trabalhos de vários médicos no início do século XX, os quais demonstraram a sua importância nas afecções hepatobiliares. Na planta deve distinguir-se a flor, parte edível, constituída por um capítulo de grandes dimensões, do qual se consome em culinária o reáculo carnudoácteas, denominadas impropriamente folhas, e a folha larga e muito recortada, unida ao caule, que é a parte utilizada em medicina.


Família: Asteráceas (Compostas).

Componentes: Mucilagem; pectina; tanino; ácidos orgânicos: mácico, glicérico e glicólico; componentes flavônicos glicosideos (cinarosídeo e scolimosídeo); cinaropicrina (principal constituinte amargo); enzimas; pró-vitamina A, entre outras vitaminas.

Propriedades: Antidiarreico, aperitivo, colagogo, colerético, depurativo, diurético, hipoglicemiante, tónico.

Uso Tradicional: Arteriosclerose, celulite, colesterol, diabetes, fígado, gota.

 

Alecrim

(Rosmarinus officinalis L.)

Os atributos do alecrim são tão importantes como os da aspérula-odorífera; datam do século XVII e vêm da europa central. Diz-se que a rainha Isabel da Hungria, septuagenária e depauperada pela doença, recuperou a saúde e rejuvenesceu graças ao alecrim. A receita da água da juventude água da rainha da Hungria, que ela própria preparava, está ao alcance de toda a gente, pois para obter basta juntar e misturar os alcoolatos de alfazema, alecrim e poejo. Como muitas outras labiadas, o alecrim actua sobre o sistema nervoso, pois estimula os asténicos, fortalece as memórias enfraquecidas e eleva o moral dos deprimidos. A sua acção terapêutica inicia-se com a colheita, que pode ser efectuada em qualquer época do ano nas colinas meridionais. O estado espontâneo e a liberdade da planta conferem-lhe vigor, mantém-se bonito, conserva as suas características aromáticas, mas é menos eficaz que o alecrim espontâneo. As abelhas que o visitam produzem um excelente mel, de gosto intenso, denominado mel de alecrim.


Família: Lamiáceas (Labiadas).

Componentes: Óleo essencial, ácidos orgânicos, heterósidos, saponósidos, colina.

Propriedades: Anti-espasmódico, anti-séptico, colagogo, diurético, estimulante, estomáquico, tónico e vulnerário.

Uso Tradicional: Asma, astenia, celulite, colesterol, convalescença, depressão, entorse, enxaqueca, memória, nervosismo, pele,
rugas, sono, torcicolo.

 

Alteia

(Althaea officinalis L.)

A alteia é famosa pelas suas virtudes béquicas e emolientes. Assim, segundo algumas opiniões supera a malva nas suas virtudes. A designação de malvaísco sugere uma relação entre as duas plantas. Efectivamente, as utilizações medicinais da malva, que pertence também à família da Malváceas, são muito semelhantes às desta planta. Proveniente das estepes asiáticas muito antes da era cristã, a alteia aclimatou-se facilmente na Europa. Recenseada num dos capitulares de Carlos Magno, cultivada durante toda a Alta Idade Média, foi durante muito tempo aproveitada nos jardins dos mosteiros, de onde se evadiu, tornando-se numa planta espontânea. A malva-da-índia, Althaea rosea L., um dos parentes da alteia, é muito cultivada e conhecida; é a malva-real dos poetas, com folhas lavradas e grandes flores de cor intensa. As flores cor de tijolo-escura desta variedade podem substituir as flores da alteia; as raízes e as folhas não são utilizadas.


Família: Malváceas.

Componentes: Mucilagem, sais minerais, glúcidos e vitamina C.

Propriedades: Béquica, calmante e emoliente.

Uso Tradicional: Abcesso, acne, afta, cistite, dentes, diarreia, gengivas, obstipação, olhos, pele, sono, tosse.

 

Alfazema

(Lavandula officinalis Chaix)

Os nomes botânicos Lavandula spica L. e Lavandula officinalis Chaix são sinónimos e indicam a mesma planta. A alfazema é uma das plantas mais raras e encantadoras da nossa flora. Perante a sua vitalidade, nas colinas calcárias é impossível deixar de admirar a sua resistência ao sol abrasador e à aridez da pedra. É preciso saber distingui-la do alecrim e do hissopo, além de outras plantas afins, muito susceptíveis de confusão. Nos Pirinéus, encontra-se uma variedade de alfazema mais pequena, com folhas mais estreitas e inflorescências maiores; nos terrenos siliciosos cresce a Lavandula stoechas L., o rosmaninho, com flores cor de púrpura e aroma activo; subindo mais a norte; mas não ultrapassando os 1000m de altitude, encontra-se a alfazema-brava, Lavandula latifolia, maior, com folhas verdes, cheiro a cânfora e que floresce um mês mais tarde do que as outras. As propriedades medicinais das alfazemas são, além da acção anti-séptica e insecticida, aproveitadas desde há séculos pelas donas de casa; as sumidades floridas, colhidas antes do desabrochar, constituem um dos mais preciosos componentes da farmácia caseira.


Família: Lamiáceas (Labiadas).

Componentes: Princípio amargo, fitoesteróis, óleos essenciais, cumarina.

Propriedades: Anti-espasmódico, anti-séptico, cardiotónico, cicatrizante, colagogo, diurético, estimulante, insecticida, sudorífico.

Uso Tradicional: Acne, bronquite, leucorreia, nervosismo, reumatismo, tosse, vertigens.

 

Boldo

(Peumus boldus Molina)

Planta medicinal que chegou até nós via Brasil, oriunda do Chile. Este arbusto, sempre verde, de 4 a 5m de altura, tem pequenas folhas elípticas, coriáceas, cizento-esverdeadas, salpicadas de pequenas proeminências. Têm um perfume muito semelhante ao da Hortelã. Os índios dos Andes sempre as utilizaram como estomáquico e carminativo. O boldo estimula a secreção de bílis pela célula hepática e facilita o funcionamento da vesícula biliar. É utilizado em vários medicamentos para o fígado.


Família: Monimiáceas.

Componentes: Alcalóides (boldina), flavonóides (pneumósido, boldósido), taninos.

Propriedades: Estomáquico, carminativo.

Uso Tradicional: Insuficiência hepática, hepatite, intoxicações, indigestões.

 

Pirliteiro

(Crataegus oxyacantha sin. Crataegus monogyna)

Disseminado pela Europa, principalmente em sebes, arbustos e na orla de florestas. Estes arbustos, apesar da idade avançada que podem atingir (cerca de 500 anos), dos seus espinhos e da sua madeira extremamente dura, continuam a ser um símbolo de beleza e fineza. Contudo, era da sua madeira dura como o ferro que antigamente se cortavam os cepos dos suplícios. Foram encontrados vestígios de caroços, em ruínas de cidades remotas, comprovando que na Pré-História era usado como alimento. Os frutos vermelhos do pirliteiro são, desde há muito tempo, utilizados pelas suas aplicações diuréticas e adstringentes. Recentemente, médicos americanos puseram em evidência a sua poderosa acção cardíaca.


Família: Rosáceas.

Componentes: Pigmentos flavónicos, aminas biogénicas, derivados terpénicos, histamina, tanino e vitamina C.

Propriedades: Adstringente, antiespasmódico, diurético, febrífugo, hipotensor.

Uso Tradicional: Ansiedade, angústia, sono e nervosismo.

 

Amieiro-negro

(Frangula alnus Miller sin. Rhamnus frangula L.)

O amieiro-negro agrupa-se em formações pouco densas nas matas húmidas e próximo de pegos ou pântanos. Deve à fragilidade dos ramos o nome do género, do latim frangere, partir. Esta planta apresenta semelhanças com o escambroeiro e o álamo. É, todavia, um arbusto fácil de reconhecer pelas suas folhas ovaladas, marcadas na página inferior por 8 a 12 pares de nervuras salientes e paralelas, e pelos seus frutos vermelhos, do tamanho de ervilhas, que na maturação se tornam negros. Ignorado ou menosprezado na Antiguidade, o amieiro-negro é citado pela primeira vez num texto de Pietro Crescenzi, agrónomo italiano dos inícios do século XIV. Dois séculos mais tarde, Mattioli codifica o seu uso com a indicação especial de não utilizar a droga fresca. A parte utilizada é a segunda casca interior, seca, reduzida a pó e tamisada. Se os modos de utilização e a posologia forem cumpridos, a sua acção laxativa é constante e inofensiva. Não comer a drupa; só utilizar a casca após um ano de secagem.


Família: Ramnáceas.

Componentes: Tanino, heterósidos, antracénicos, mucilagem, Goma.

Propriedades: Cicatrizante, colagogo, laxativo, purgante.

Uso Tradicional: Dartro, obesidade, obstipação, vesícula biliar.

Arando

(Vaccinium myrtillus L.)

Arando (Mirtilo)O arando (Mirtilo), habitante dos terrenos siliciosos das florestas de montanha, desenvolve-se frequentemente em densas manchas, não deixando lugar para outras espécies vegetais. Os silvicultores consideram este arbusto, de bagas azuis e sumarentas, uma planta nociva, devido à rede formada pelos seus caules subterrâneos e à densidade das suas partes verdes, que impedem o repovoamento das florestas. As bagas, ricas em vitamina C, colhem-se com um sedeiro, devem ser ingeridas aos punhados para melhor se apreciar o seu incomparável sabor e são utilizadas em pastelaria e em compotas. Suportam bem a congelação, pois não sofrem alteração. Nos Vosges obtém-se por destilação do arando uma bebida muito saborosa, semelhante ao Kirsch. Outrora, extraía-se uma substância corante azul-escura desta planta que, aliás, deixa marcas nos dentes e na língua dos seus apreciadores. Os antigos não conheciam o arando. Plínio fala de uma Vaccinia, que é uma planta diferente. Os autores da Idade Média referem-se-lhe, ignorando, no entanto, a sua principal acção, antidiarreica, que deve ter sido descoberta por empirismo popular e foi comprovada por análise científica.


Família: Ericáceas.

Componentes: Pigmentos antociânicos, procianidinas oligoméricas, sais minerais (ferro, manganésio, crómio), tanino, flavonóides, vitamina C, provitamina A, ácido citrico e málico.

Propriedades: Antidiarreico, adstringente, anti-hemorrágico, anti-séptico, hipoglicemiante.

Uso Tradicional: Afta, boca, diabetes, diarreia, eczema, hemorróidas, olhos, ureia.

 

Camomila

(Matricaria chamomilla L. sin. Matricaria recutita L.)

De entre as diversas plantas vulgarmente designadas por macelas e camomilas, e como tal utilizadas em farmacopeia familiar, são possíveis inúmeras confusões. Estas confusões não têm geralmente consequências graves, se bem que a camomila vulgar seja mais activa que as suas afins, pelo que seria lamentável substituíla por outra. É fácil distingui-la devido a três características: as lígulas brancas dos capítulos curvam-se para baixo no final da floração; o receptáculo é cónico, oco e desprovido de brácteas entre as flores; as folhas são recortadas em finas lacínias. Muito divulgada em algumas regiões da Europa, é uma planta das searas, das bermas dos caminhos e dos terrenos baldios. Na Grécia, a camomila florescia abundantemente, distinguindo-se desde a Antiguidade pelo seu aroma peculiar. É curioso verificar que as descobertas empíricas de Dioscórides sobre a acção emenagoga desta pequena camomila foram confirmadas por trabalhos laboratoriais 19 séculos mais tarde. As pessoas nervosas são susceptíveis de, ao ingeri-la mesmo em doses pouco elevadas, sentir uma excitação generalizada e insónias.


Família: Asteráceas (Compostas).

Componentes: Óleos essencial com camazuleno, que se torna castanho com a luz, flavonóides, cumarina, álcool, ácidos gordos, heterósidos, potássio, vitamina C.

Propriedades: Antálgico, anti-espasmódico, anti-inflamatório, anti-séptico, emenagogo, eupéptico, sedativo, tónico.

Uso Tradicional: Boca, cabelo, cefaleia, ferida, gripe, insolação, menstruação, nevralgia, pele.

 

Cavalinha

(Equisetum arvense L.)

Toda a biologia da cavalinha é supreendente. Como os fetos e os licopódios, e por pertencer às criptogâmicas vasculares, possui raízes, não tendo flores e, consequentemente sementes. A reprodução é assegurada por esporos contidos nos esporângios, situados na base de pequenos escudos agrupados numa espécie de espiga terminal. Os próprios esporos são dotados pela Natureza de um extraordinário sistema de propagação, pois o invólucro rasga-se em quatro faixas elásticas que, ao deformarem-se por efeito do calor, provocam a dispersão dos esporos. Uma outra particularidade da cavalinha é a sucessão na mesma planta de dois tipos de caules. Os primeiros, avermelhados e curtos, sem clorofila, brotam no início da Primavera e apresentam na extremidade a espiga produtora de esporos (estróbilo). Terminada a sua função, murcham e são substituídos por caules verdes canelados muito ramificados, mais altos e divididos em segmentos separados por nós: são os caules estéreis, única parte da planta que possui propriedades medicinais. Devem ser colhidos na Primavera e secos ao sol ou no forno.


Família: Equisetáceas.

Componentes: Sais minerais (Silício e Potássio), heterósidos, flavonóides, saponina, tanino, ácidos orgânicos, princípio amargo.

Propriedades: Adstringente, cicatrizante, diurético, hemostático.

Uso Tradicional: Artrites, desmineralizações, gota.

Equinácea

(Echinacea Angustifolia)

A equinácea, originária da América, é entre nós uma planta de decoração muito popular. Suas flores são de um intenso vermelho púrpura, e os buquês crescem em torno de um cone alto. As flores aparecem no verão e no outono. A forte raiz é afilada, em forma de cilindro e levemente espiralada; a casca é fina. Tem um leve aroma. A raiz de equinácea possui um gosto intrigante (entre amargo e o inebriante), deixando uma sensação de formigamento na boca. Esta planta era utilizada pelos índios norte americanos na cura de feridas, no tratamento de enfermidades infecciosas, furúnculos, abscessos e queimaduras. Os primeiros colonos, que chegaram à América, logo a adoptaram como remédio para gripes e infecções. Os primeiros resultados de investigação sobre os efeitos desta planta medicinal, surgiram na europa em meados do séc. XX. A equinácea é hoje em dia um remédio popular no fortalecimento das defesas do sistema imunitário e bastante eficaz no auxílio do tratamento de infecções.


Família: Asteráceas (Compostas).

Componentes: Inulina, betaína, Polissacarídeos, Flavonóides, Alcalóides e Óleos essenciais.

Propriedades: Imunoestimulante, vulnerário, anti-inflamatório.

Uso Tradicional: Infecções, constipações, gripe, problemas imunológicos.

 

Freixo

(Fraxinus excelsior L.)

O freixo cultivado pertence, como a oliveira, o lilás, o jasmineiro, o alfenheiro e o aderno, à família das Oleáceas, que é constituída por mais 400 espécies. É uma bela árvore dos climas europeus, devido ao seu tronco esbelto, à sua casca branda e acinzentada, aos seus ramos frágeis e à sua folhagem graciosa. As folhas são características, isto é, dividem-se num numero ímpar de folíolos não peciolados, e surgem tardiamente, no mês de Junho, muito depois das flores. É necessário colhê-las jovens, ainda recobertas pelo revestimento ligeiramente aderente e açucarado, e retirar o pecíolo antes de as secar; com as folhas prepara-se um chá considerado uma verdadeira bebida de rejuvenescimento. A casca e as sementes do freixo são adstringentes e febrífugas. Outrora, atribuía-se à sua madeira, aplicada sobre as mordeduras de serpente, o poder de evitar o envenenamento. Esta madeira flexível e resistente serviu durante muito tempo de matéria-prima para o fabrico de esquis; actualmente, é ainda muito utilizada em trabalhos de marcenaria.


Família: Oleáceas.

Componentes: heterósidos, açúcares, resina, ácido málico, vitaminas C e P, tanino, sais minerais e pigmentos.

Propriedades: adstringente, diurético, laxativo, sudorífico, tónico.

Uso Tradicional: celulite, colesterol, dor, envelhecimento, gota, hálito, litíase, nevralgia, reumatismo, ureia.

 

Ginkgo Biloba

(Ginkgo Biloba L.)

Esta espécie originária da Coreia, encontra-se aclimatada na França e na América do norte. Árvore muito bela, de folhas caducas em forma de leque bilobado (dicotiledóneo), de cor verde-clara, mudando no Outono para uma tonalidade amarela-dourada brilhante. Possui uma espécie de amentilhos pendentes que constituem os órgãos masculinos e flores femininas em cúpula. Estudos recentes comprovam a sua acção no aumento da irrigação dos tecidos, exercendo uma acção sobre as paredes dos vasos sanguíneos, diminuindo o risco de acidentes microcirculatórios, activando a oxigenação, a nutrição e o metabolismo energético celular.


Família: Ginkgoáceas.

Componentes: Lactonas terpénicas, flavonóides, biflavonóides, proantocianidinas, heterósidos do quercetol e do caempferol.

Propriedades: aumento da irrigação dos tecidos, oxigenador celular.

Uso Tradicional: Problemas vasculares, arteriopatia, vertigens, cefaleias, enxaquecas, memória, zumbidos.

 

Ginseng

(Panax ginseng C. A. Meyer.)

Arbusto vivaz, originário do Nordeste da China, Leste da Rússia e Coreia do Norte, hoje, praticamente é obtido por cultura em terrenos férteis e bem drenados e por a planta espontânea se ter esgotado. A raiz espessa desta herbácea atinge 1m de comprimento quando é arrancada com a idade de dez anos. Bifurcada como as coxas humanas, deve a esta semelhança o nome de ginseng, homem-raiz, e possivelmente também a reputação de curar a impotência. O ginseng partilha esta fama com a mandrágora, cuja raiz tem também a forma humana. Quer a sua eficácia se deva a este simbolismo ou à sua composição química, o ginseng é uma panaceia milenar utilizada pelos Chineses e os Japoneses.


Família: Araliáceas.

Componentes: Saponósidos, esteróis, glúcidos, fitosteróis, vitaminas do grupo B, óleo essencial.

Propriedades: Estimulante e tónico.

Uso Tradicional: Fadiga, stress (adaptogénico), esgotamento cerebral

 

Grindélia

(Grindelia robusta Dun.)

Planta herbácea robusta que se assemelha um pouco a uma enorme bonina (margarida dos campos), forma tufos de 50 a 90cm de altura. É viscosa e está revestida por uma resina segregada pelos pêlos secretores que cobrem as folhas e as brácteas dos capítulos. Colhem-se apenas as sumidades floridas, activas devido à resina que as cobre. A grindélia têm como habitat preferido, os pântanos salobros da Califórnia (EUA). No Brasil é conhecida por girassol-silvestre ou malmequer-do-campo.


Família: Asteráceas (Compostas).

Componentes: Taninos, alcalóides, flavonóides, compostos acetilênicos.

Propriedades: Antiespasmódica, antitússica e expectorante.

Uso Tradicional: Asma, tosse, bronquite, catarro.

 

Hissopo

(Hyssopus officinalis L.)

A Sagrada Escritura, rica em alegorias e imitada neste aspecto por numerosos escritores clássicos, cita frequentemente o hissopo. Não há a certeza, porém, de que a espécie lendária, conhecida e apreciada pelo rei Salomão, seja o Hyssopus officinalis L., pois este não existe na Palestina nem na Grécia. No entanto, seria agradável imaginar que esta discreta e bela planta, cujas densas moitas perfumam as fendas das velhas paredes expostas ao sol e são extremamente atraentes para as abelhas nas colinas áridas, tenha sido outrora tão venerada. De entre os remédios mais divulgados em medicina popular, o hissopo era utilizado para tratar a asma e as afecções brônquicas e pulmonares. É cultivado à escala industrial para uso farmacêutico. Serve ainda para aromatizar licores e aperitivos e, em cosmética, para preparar uma loção refrescante para as pálpebras e tonificante para a pele. Com 17 outras plantas, faz parte da composição do chá-suíco.


Família: Lamiáceas (Labiadas).

Componentes: Óleo essencial, heterósidos, tanino, colina, flavonóides.

Propriedades: Antiespasmódico, aperitivo, carminativo, depurativo.

Uso Tradicional: Asma, bronquite, tosse, rouquidão.

 

Milefólio

(Achillea millefolium L.)

Os múltiplos recortes das suas grandes folhas conferiram a esta planta o nome de milfólio, e as suas propriedades medicinais são conhecidas desde há muitos séculos. Deve o nome latino ao herói grego Aquilles, que, tendo sido informado pelo centauro Quíron das virtudes terapêuticas da planta, a utilizou, no decorrer de uma batalha, para curar as feridas do rei Telefo. Era também conhecida pelos Celtas, que acompanhavam a sua colheita com ritos religiosos. Os caules de uma outra espécie, que é esternutatória, a Achillea ptarmica L., outrora considerada medicinal, mas pouco utilizada actualmente, produzem os Che Pu, ou sejam as 50 varas utilizadas num método divinatório praticado na China há mais de 3000 anos.
O milfólio é uma das mais importantes plantas da Farmacopeia. Nos meios rurais, é utilizada não só devido às suas numerosas propriedades medicinais, mas ainda para conservar o vinho, introduzindo no tonel um pequeno saco com sementes.


Família: Asteráceas (Compostas).

Componentes: Óleo essencial, resina, tanino, alcalóide, heterósidos, ácidos orgânicos, fósforo, potássio, matérias azotadas.

Propriedades: adstringente, cicatrizante, diurético, emenagogo, hemostático, tónico, vulnerário.

Uso Tradicional: celulite, circulação, ferida, hemorróidas, menopausa, menstruação, pele, reumatismo, sarna, seio, varizes.

 

Passiflora

(Passiflora incarnata L.)

PassifloraEsta planta trepadeira provida de gavinhas, com folhas recortadas e persistentes, deve o nome às suas enormes e maravilhosas flores, cujas diversas peças fazem lembrar os instrumentos da Paixão de Cristo. Originária da América Tropical, necessita de temperaturas elevadas, podendo ser encontrada somente nas regiões temperadas do mediterrâneo. Estudos elaborados por um investigador americano, comprovaram as suas propriedades sedativas e antiespasmódicas. O seu fruto, o Maracujá é rico em vitamina C.


Família: Passifloráceas.

Componentes: Alcalóides e flavonóides, glicosídeos cianogênicos, maltol, e taninos.

Propriedades: Analgésico, antiespasmódico, hipnótico, hipotensor e sedativo.

Uso Tradicional: Ansiedade, coração, adição, nervos, sono.

 

Pervinca

(Vinca minor L.)

A pervinca forma frequentemente nos bosques vastos tapetes perpetuamente verdes de onde surgem, a partir de Fevereiro, curtos ramos sustentando flores solitárias com corolas de um raro azul. É a flor dos feiticeiros e dos poetas e, na Idade Média, fazia parte da composição dos filtros de amor. A sua utilização em medicina é também muito antiga: Agricola, em 1539, aconselhava-a para o tratamento de anginas, e Mattioli, em 1554, para as hemorragias nasais. Durante muito tempo acreditou-se na sua eficácia para o tratamento de doenças pulmonares. Efectivamente, a pervinca é um óptimo tónico amargo, justificando-se o seu uso para tratamento de anemias vulgares, convalescenças difíceis ou falta de apetite. Modernamente, as investigações detectaram a acção de um alcalóide extraído da pervinca, a vincamina, que faz baixar a tensão arterial e dilata os vasos, pelo que foi imediatamente incluída no arsenal terapêutico. Além disso, certas substâncias extraídas de uma espécie exótica de Vinca demonstram actualmente grande utilidade na luta contra diversas formas de cancro.


Família: Apocianáceas.

Componentes: Glúcidos, sais minerais, ácidos orgânicos, vitamina c, pectina, tanino, flavonóides, alcalóide (vincamina).

Propriedades: Adstringente, anti-diabético, anti-lactagogo, hipotensor, vasodilatador, vulnerário.

Uso Tradicional: Anemia, enxaquecas, dificuldade de concentração, diabetes, hipertensão, vasodilatador e vulnerário.

 

Salsaparrilha

(Smilax aspera L.)

Existem cerca de 200 espécies do género Smilax difundidas pelas regiões quentes e húmidas do globo. Algumas delas são medicinais e fazem parte das plantas exóticas importadas. Na Europa, encontra-se esta espécie, cujo nome científico a qualifica como rude e áspera. A planta prefere o calor e geralmente prende-se às árvores e aos arbustos na região mediterrânica. Para mais facilmente identificar, é necessário examinar o seu caule anguloso e pungente, as folhas triangulares orladas de acúleos, as flores simples que subsistem até ao mês de Outubro e as bagas vermelhas com as dimensões de uma ervilha, muito semelhantes às da groselheira. Como os seus parentes exóticos, a salsaparrilha-bastarda possui propriedades depurativas, diuréticas e sudoríficas, porém em
menor grau. No século XVI, Mattioli atribuiu-lhe uma acção anti-sifilítica que nunca foi confirmada. A raiz, branco-acinzentada, seca e moída é indicada para os asmáticos, que se sentirão confortados se a fumarem.


Família: Liliáceas.

Componentes: Glúcidos, colina, saponósidos, tanino, sais minerais (potássio, cálcio).

Propriedades: Depurativo, diurético, sudorífico.

Uso Tradicional: Esgotamento físico e psíquico, fadiga.

 

Salva

(Salvia officinalis L.)

Segundo Saint-Simon, Luís XIV bebia todas as manhãs, ao levantar, duas chávenas de salva e verónica. A salva goza de enorme prestígio desde tempos imemoriais; a Escola de Salerno, que a denominou Salvia salvatrix, herdou-a de Santa Hildegarda, atribuindo-lhe este axioma exemplar: "Se existisse algum remédio contra o poder da morte, o homem não morreria no jardim onde cresce a salva." Todas as espécies de salva são extremamente aromáticas, e a officinalis é importante mesmo do ponto de vista culinário. O nome Salvia deriva do latim salus, saúde, alusão às propriedades curativas da planta. Tem variadíssimas aplicações domésticas: para aromatizar os alimentos, sanear os armários e proteger as roupas, preservar a beleza e tratar as indisposições. Crê-se que cura os ataques de melancolia e acalma as crises de asma. O cheiro e sabor aromáticos tornam-na muito agradável, mas não convém abusar. Com efeito, a essência de salva contém a mesma substância tóxica que a losna, não sendo o seu uso aconselhado aos temperamentos sanguíneos e hipertensos.


Família: Lamiáceas (Labiadas).

Componentes: Ácido rosmarínico, flavonóides, saponósido.

Propriedades: Antiespasmódico, anti-séptico, anti-sudorífico, carminativo.

Uso Tradicional: Depressão, nervos, astenia, asma.

 

Tília

(Tilia cordata Mill.)

Árvore sagrada das antigas civilizações germânicas, dotada de uma longevidade pouco vulgar, a tília, como o carvalho, é uma árvore histórica e lendária. Para Siegfried, herói dos Nibelungos, desempenha o mesmo papel nefasto da mãe de Aquiles ao pousar a mão sobre o calcanhar de seu filho; efectivamente, Siegfried, tornado invulnerável por um banho de sangue, morreu de uma ferida entre as omoplatas, no local onde, no momento do banho, se fixara uma pequena folha de tília. Como o ulmeiro-campestre, a tília é uma imponente árvore venerada no centro das povoações e frequentemente plantada em renques nas áleas dos parques e jardins públicos. Até à II Guerra Mundial, a cidade de Berlim orgulhou-se da sua Unter den Linden (Sob as Tílias), uma magnífica alameda de cerca de 1Km de extensão flanqueada por filas destas árvores seculares. É uma das plantas mais solicitadas nas lojas de ervanários. É necessário trepar à árvore para colher as suas flores aromáticas, e seguidamente deixá-las secar à sombra. As flores da Tilia platyphyllos Scop., a tília de folhas grandes, têm utilizações idênticas. A tília produz um efeito calmante seja em casos de stress, insónias ou de nervosismo produzido por hipertensão.


Família: Tiliáceas.

Componentes: óleo essencial, mucilagem, tanino, pigmentos flavónicos, manganésio.

Propriedades: antiespasmódico, colerético, emoliente, hipnótico, sedativo, sudorífico.

Uso Tradicional: acne rosácea, albuminúria, angústia, banho, cefaleias, convulsão, estômago, nervos, olhos, palpitações, pele, reumatismo, rugas, sardas, sono.

 

Tomilho

(Thymus vulgaris L.)

O tomilho possui todas as propriedades terapêuticas do serpão, com acção mais eficaz; a relação das suas propriedades medicinais é extensa. A dificuldade no seu uso não reside em saber quais os casos em que deve ser utilizado, mas em saber controlar as doses e a duração do tratamento. Com efeito, o tomilho contém substâncias bastante activas, de entre as quais se salientam dois fenóis: um deles, o timol, anti-séptico, antiespasmódico e vermífugo, faz parte da preparação de numerosos medicamentos comuns para usos internos e externos (é também um dos ingredientes utilizados pelos embalsamadores modernos); o outro, o carvacrol, é um anti-séptico muito utilizado em perfumaria. Em Fitoterapia, utilizam-se as sumidades floridas, que podem ser colhidas a partir do mês de Abril e durante o Verão. O tomilho é originário da bacia mediterrânica ocidental; encontra-se abundantemente em todo o Sul de França, Espanha, Portugal e Itália, nas colinas áridas onde as suas moitas lenhosas e baixas com folhas perenementes verdes exalam ao sol o seu aroma. Faz parte, além do loureiro, do tradicional ramo de cheiros utilizados em culinária; o café e o chá podem ser agradavelmente substituídos por uma infusão de tomilho. Tem cheiro aromático e sabor amargo.


Família: Lamiáceas (Labiadas).

Componentes: Óleo essencial, álcoois, hidrocarbonetos, resina, tanino, saponósido.

Propriedades: Antiespasmódico, anti-séptico, aperitivo, tónico, aperitivo.

Uso Tradicional: Tosse, bronquite, apetite, astenia.

 

Trevo-d`água

(Menyanthes trifoliata L.)

Quem já teve oportunidade de contemplar um Trevo-d`água não poderá esquecê-lo ou confundi-lo com qualquer outra planta. O caule subterrâneo, por vezes completamente coberto por 2 ou 3m de água, tem ramos florais extremamente elegantes e é desprovida de folhas, ostentando uma bráctea sob cada uma das flores. As folhas estão providas de grandes bainhas e de um limbo trifoliado. É, por isso, frequentemente cultivado para ornamentar lagos e jardins. O Trevo-d`água só pode ser colhido introduzindo os pés na água, pois, no estado silvestre, não se desenvolve apenas nos meios húmidos, necessitando ainda de águas estagnadas, como as dos charcos, das turfeiras ou dos prados alagados. O seu nome deriva das palavras gregas mên, mês, e anthos, flor, ou seja flor do mês. Segundo algumas opiniões, este nome é uma alusão ao tempo da floração; para outros, refere-se à acção da planta sobre a menstruação. As suas virtudes para o tratamento da atonia digestiva e das febres foram progressivamente descobertas e confirmadas pela prática. Afirma-se ainda que uma chávena de água ingerida diariamente pode prolongar o tempo de vida.


Família: Gencianáceas.

Componentes: Heterósido, meniantina, heterósidos flavónicos, colina, vitamina C, iodo, enzimas.

Propriedades: Anti-escorbútico, aperitivo, depurativo, emenagogo, estomáquico, febrífugo, tónico.

Uso Tradicional: apetite, asma, digestão, enjoo, febre, menstruação.

 

Valeriana

(Valeriana officinalis L.)

Atingindo por vezes 2m de altura, a valeriana é uma planta de porte majestoso, folhagem graciosa e flores pequenas e numerosas. Prefere as valas, os taludes ligeiramente frescos e a orla dos bosques, instalando-se por vezes também em locais secos. Foi mencionada pela primeira vez por isaac, o judeu, um médico egípcio do século IX. Na idade média, foi considerada uma panaceia e, em 1592, Fábio Colonna atribui a cura da epilepsia à utilização valeriana. Nos inícios do século XIX, a valeriana era usada como febrífugo, em substituição da quinina. Actualmente, é um dos melhores sedativos para desequilíbrios nervosos. Diferentes espécies de valeriana possuem propriedades análogas. Os índios do México, po exemplo, recorriam a uma espécie indígena para suportar as fadigas e as privações. Pode também ser utilizada como moderador do apetite; porém, em virtude da sua acção sobre os centros nervosos, um tratamento deste tipo não deve prolongar-se por mais de oito dias consecutivos. O cheiro peculiar desta planta exerce uma curiosa acção sobre os gatos, que, ao pressenti-la, nela se roçam com gosto.


Família: Valerianáceas.

Componentes: óleo essencial, ácido valeriânico, alcalóides, flavonóides.

Propriedades: Antiespasmódico, hipnótico, sedativo.

Uso Tradicional: angústia, apetite, asma, cólica, contusão, depressão, menopausa, nervos, nervosismo, obesidade, sono.

 

Vara-de-Ouro

(Solidago virgaurea L.)

A vara-de-ouro é uma planta vivaz que cresce nas matas de coníferas, em solos ricos e leves. Existem diversas espécies, distribuídas pelo Antigo e o Novo Mundo. Os seus portes são muito variáveis, todas tendo de comum a época de floração, só no fim do Verão desabrochando as suas radiosas flores douradas. Os botânicas consideram o género Solidago de difícil identificação; assim, devem observar-se de preferência as partes visíveis da planta e dar menor importância aos pormenores microscópicos. Algumas qualidades medicinais da vara-de-ouro são já assinaladas em textos do século XIII, se bem que só no fim do século XIX a planta venha a ser utilizada em Fitoterapia. Uma espécie americana faz parte dos remédios tradicionais utilizados pelos Índios para mordeduras da cascavel.


Família: Asteráceas (Compostas).

Componentes: Óleo essencial, tanino, saponósidos, pigmentos flavónicos, cumarinas.

Propriedades: Adstringente, anti-inflamatório, diurético, expectorant

 

Visco-Branco

(Viscum album L.)

O Visco-branco pertence a uma enorme família de cerca de 1400 espécies que vivem todas parasitariamente, podendo instalar-se em mais de uma centena de espécies de árvores, sobre cujos ramos formam volumosas manchas arredondadas que se conservam verdes durante todo o ano. A disseminação da planta é assegurada pelas aves, sobretudo pelos tordos e melros, que ingerem os seus frutos, deixando sobre os ramos onde pousam as sementes não digeridas. Estas germinam, produzem um haustório que penetra na casca e que, por sua vez, emite raízes que se introduzem na madeira. O carvalho é uma das árvores que, na maior parte dos casos, resiste ao visco; devido à sua raridade, o visco do carvalho era considerado sagrado pelas civilizações antigas, havendo conhecimento de um cerimonial de purificação indispensável entre os druidas para fazer a sua colheita. Desde então, o visco conservou um papel tradicional de portador de felicidade para os lares que ornamenta aquando das festas de fim de ano. O Visco-branco tem cheiro desagradável quando seco e possui um sabor amargo.


Família: Lorantáceas.

Componentes: Colina, derivados triterpénicos, alcalóide, mucilagens.

Propriedades: Antiespasmódico, diurético, hipotensor, purgativo.

Uso Tradicional: Albuminúria, arteriosclerose, circulação, edema, epilepsia, frieira, hipertensão, leucorreia, menopausa, nervos, tosse.